quinta-feira, 9 de julho de 2009

A GRANDE TENTAÇÃO É FAZER A ESCRITURA SE PASSAR POR PALAVRA

A grande tentação é fazer a Escritura se passar por Palavra.
Sempre que se obedece à Escritura por causa dela mesma, se está cedendo à tentação do Diabo!

Não é de estranhar, portanto, que o pai da fé, Abraão, tenha vivido pela fé na Palara antes de haver Escritura, mostrando-nos assim, que a Palavra precede a Escritura.

A fé vem pelo ouvir-escutar-crer-render-se à Palavra.

E a pregação só é Palavra se o Espírito estiver soprando. Do contrário, é só prega-ação!

E a pregação que não é Palavra é apenas estudo bíblico, podendo gerar mais doença do que libertação.

A grande tentação é fazer a Escritura se passar por Palavra. As Escrituras se iluminam como a Palavra somente quando aquele que a busca tem como motivação o encontro com a Palavra de Deus. Ou quando o Deus da Palavra fala antes ao coração!

A Bíblia é o Livro.

A Escritura é o Texto.

A Palavra É!

“Escritura” sem Deus é apenas um texto religioso aberto à toda sorte de manipulações!

No genuíno encontro com Deus e com a Palavra, a Escritura vem depois.

Sim! A Escritura vem bem depois!

O processo começa com a testificação do Espírito — pelo testemunho da Palavra de que somos filhos de Deus (Atos 16:14; Romanos 8:14-17; 10:17).

Depois, nos aproximamos da Escritura, pela Palavra. Então, salvos da “Escritura” pela Palavra, estudamo-la buscando não o seu poder ou o seu saber, mas a “revelação” imponderável acerca da natureza e da vontade de Deus, que daquele “encontro”—entre a Escritura, a Palavra e o Espírito — pode proceder.

Para tanto, veja João 5:39-40, onde o exame das Escrituras só se atualiza como vida se acontecer em Cristo.

Um exemplo do que digo é a tentação de pular do Pináculo do Templo. Tinha uma “base bíblica”— se levarmos em conta a Escritura como sendo a Palavra. Mas o que Jesus identificou ali foi a Escritura sem a Palavra.

Um ser pré-disposto ao sucesso teria pulado do Pináculo em “obediência” à Escritura e à sua literalidade, violando, para sua própria morte, a Palavra.

Sim! Estava escrito.

Porém, não estava dito!

Ora, é em cima do que está escrito mas não está dito, que não só cometemos “suicídios”, mas também “matamos” aqueles que se fazem “discípulos” de nossa arrogância, os quais, motivados pelas nossas falsas promessas, atiram-se do Pináculo do Templo abaixo.
E é também por causa desse tipo de obediência à letra da Escritura que nós morremos.

A letra mata!

Olhamos em volta e vemos o Livro de Deus em todas as prate-Lei-ras. Vemos o povo carregando-o sob o braço e percebemos que eles são apenas “consumidores de Bíblias”.

Vemos seus lideres e os percebemos, muitas vezes, apenas como “mercadejadores” de Bíblias e dos “esquemas” e “programas” que se derivam do marketing que oferece e vende sucesso em “pacotes em nome de Jesus”.

Sim! E isso tudo não porque nos faltem Bíblias e muito menos acesso à Palavra.

O que nos falta é buscar a Deus por Deus.

O que nos falta é sermos filhos amados de Deus não porque isto nos dá status Moral sobre uma sociedade que não é mais perdida que a própria “igreja”, coletivamente falando, é claro!

O que nos falta é a alegria da salvação, sendo essa alegria apenas fruto de gratidão.

É somente na Graça que a leitura da Bíblia tem a Palavra para
o coração humano. Sem a iluminação do Espírito a Bíblia é apenas o mais fascinantes de todos os best-sellers.


Caio

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